(mais uma) Pra ele!
Demorou um tempo para que eu percebesse que meus desejos não eram comuns a todas as pessoas da minha idade, nem quando crianças e nem depois de crescida (o pouco que cresci).
Morria de vontade de quebrar o braço ou a perna; ou os dois. Queria usar aparelho nos dentes.
Queria ser uma daquelas crianças que estão sempre internadas em hospitais.
Nos meus teatrinhos particulares, meu par romântico era sempre um cara difícil, meu romance era sempre digno do horário nobre da redeglobo.
Mesmo nas minhas brincadeiras e fantasias eu pedia por coisas difíceis, sofridas. Mas duradouras.
A psicologia tem varias explicações para isso.
Morria de vontade de quebrar o braço ou a perna; ou os dois. Queria usar aparelho nos dentes.
Queria ser uma daquelas crianças que estão sempre internadas em hospitais.
Nos meus teatrinhos particulares, meu par romântico era sempre um cara difícil, meu romance era sempre digno do horário nobre da redeglobo.
Mesmo nas minhas brincadeiras e fantasias eu pedia por coisas difíceis, sofridas. Mas duradouras.
A psicologia tem varias explicações para isso.
Mas a verdade é que por muito tempo eu acreditei que pra ser conto de fada, a princesa tem que passar por longas provações.
O drama faz parte de toda boa história.
Você apareceu, e eu fiquei decepcionada.
O drama faz parte de toda boa história.
Você apareceu, e eu fiquei decepcionada.
Não havia drama suficiente. Que história sem graça. A primeira coisa que percebi foi que as histórias não dão certo só no último episódio.
A mocinha não é resgatada na última página.
Apesar da falta de drama, eu ainda acreditava ter conhecido um príncipe, digno dos contos de fadas.
Mas a segunda coisa que percebi foi que você não era perfeito. (Por muito tempo eu achei que fosse).
E mais uma vez eu fiquei decepcionada.
A mocinha não é resgatada na última página.
Apesar da falta de drama, eu ainda acreditava ter conhecido um príncipe, digno dos contos de fadas.
Mas a segunda coisa que percebi foi que você não era perfeito. (Por muito tempo eu achei que fosse).
E mais uma vez eu fiquei decepcionada.
Até que, enfim, eu percebi que os príncipes não são perfeitos. Assim como qualquer outra pessoa.
Percebi que, na verdade, os contos de fadas não duram o tempo necessário para percebermos os protagonistas como eles realmente são.
Se durassem, perceberíamos que o príncipe ronca, prefere jogar vídeo game do que malhar, acorda atrasado e reclama de ter que ir trabalhar...
perceberíamos que a bela adormecida também tem bafo quando acorda, faz progressiva no cabelo e luta com a balança todo dia.
Percebi que, na verdade, os contos de fadas não duram o tempo necessário para percebermos os protagonistas como eles realmente são.
Se durassem, perceberíamos que o príncipe ronca, prefere jogar vídeo game do que malhar, acorda atrasado e reclama de ter que ir trabalhar...
perceberíamos que a bela adormecida também tem bafo quando acorda, faz progressiva no cabelo e luta com a balança todo dia.
Perceberíamos também, além desses pequenos defeitos corriqueiros, que há faltas graves. (Que muitos julgariam imperdoáveis).
Por fim, percebi o que pode ser óbvio para muita gente: o que faz as pessoas “perfeitas” é exatamente a sua imperfeição.
E sendo imperfeitas, elas têm a chance de lidar com suas falhas, e é lidando com suas falhas que podemos perceber quem são, de fato.
Errar todo mundo erra.
Mas a forma como cada um lida com o erro é o que realmente torna as pessoas quem elas são.
E sendo imperfeitas, elas têm a chance de lidar com suas falhas, e é lidando com suas falhas que podemos perceber quem são, de fato.
Errar todo mundo erra.
Mas a forma como cada um lida com o erro é o que realmente torna as pessoas quem elas são.

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