Dream...



Nossa rotina mudou: 
Abraço. 
Beijo. 
Toque. 
Tomar uma gelada no bar. 
Ir na casa do amigo. 
Nos disseram que não era uma boa ideia. 
Mais que isso, nos pediram, encarecidamente, pra ficarmos em casa. 

Acompanhei notícias por dias. 
Boletins que informavam números de infectados; suspeitos; mortos. 
Acompanhei os comentários. 
Acompanheis as dúvidas. 
Cansei de tudo. 

Consegui alguns dias de férias: 
Do trabalho. 
Da rotina de ser obrigada a sair de casa. 
De ver amigos e colegas de trabalho sofrendo (por incontáveis razões) e não poder abraçá-los. 
De ouvir dúvidas tão iguais as minhas e não saber sana-las. 
De acompanhar notícias. E números. 

10 dias se passaram. 
Resolvi ver o que tinha acontecido e que eu não havia acompanhado:
Quase 19 mil mortes em um país. 
Mais de 13 mil em outro. 
Muitos, mas muitos mais contaminados do que eu podia supor. 

Tenho perdido o sono constantemente. 
Os pesadelos também são recorrentes. 
Tentar controlar a ansiedade e o medo são tarefas constantes. 
Ser psicóloga nessas horas não garante habilidades superiores. 

Sigo as instruções da OMS e de todos envolvidos na situação atual; lavo as mãos sempre; me mantenho o mais afastada possível de quaisquer pessoas, principalmente das mais vulneráveis. 
E como tentativa de pensamento positivo/ oração/ reza sigo emanando aos quatro ventos: “que os números do Brasil (e de outros países) não tenham os nomes de pessoas que amo.”
Egoísta, eu sei. 
Mas, talvez, se todos tiverem o mesmo pensamento, as pessoas do mundo todo fiquem bem! 




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