O Pequeno Príncipe - Filme
Não consegui expressar,
por dias, o meu imenso descontentamento sobre o filme. Mas cá estou,
registrando este fato.
Não entendo muito sobre
cinema e o que vende ou não nesse meio, mas sei de uma coisa: o pequeno
príncipe vende, desde 1943. Não vejo motivo para se ter feito um filme paralelo
à história original do Pequeno mais querido do mundo, sendo que a história
original já é tão extraordinária. Várias críticas defendiam o ponto de vista de
que o livro é pequeno demais para “virar” um filme. Talvez seja mesmo. Para este
argumento, apenas 5 palavras: não deveriam ter feito filme.
Abaixo, algumas
críticas que encontrei em várias páginas sobre cinema:
“É importante ressaltar que a história do menino que vivia
solitário em um asteróide e, viajando pelo espaço, encontrou um aviador perdido
no deserto está no longa-metragem. Entretanto, ela ocupa um espaço menor, cerca
de um terço da duração apenas. A trama principal gira em torno de uma pequena
garota, que leva uma vida bastante regrada devido à obsessão da mãe em
controlar absolutamente tudo à sua volta.[...] Um filme mais propriamente curioso do
que bom, por mais que seja agradável, devido às técnicas diferentes de animação
e a até mesmo corajosa proposta de continuar o livro, apesar do desenrolar ser
repleto de situações autoreferentes.”
“Nesse sentido, chega a ser irônico que o
grande êxito do filme seja técnico. Visualmente O Pequeno Príncipe é impecável, com sua mistura de
estilos de animação - computação gráfica para “o mundo real” e stop
motion para a “fantasia” - dando profundidade às diferentes camadas da
história. Seu roteiro, porém, parece não entender o que representa, como aqueles
adultos que não viam o elefante dentro da jiboia no desenho que Saint-Exupéry
apresenta nas primeiras páginas do livro. Falta espaço para instigar o
espectador, contemplando apenas uma visão efêmera e sem encanto.”
“Não
é surpresa, portanto, que os melhores momentos desse longa animado homônimo,
dirigido por Mark Osborne (“Kung Fu Panda“), sejam aqueles que adaptam com
extrema fidelidade a trama de Saint-Exupery, trazendo à vida até mesmo as
ilustrações do autor. É uma pena que tais momentos sejam tão efêmeros e
representem menos de 1/3 da projeção.”
“No
final, “O Pequeno Príncipe” é uma produção tão linda quanto problemática,
dotada de um visual magnífico, uma bela trilha sonora composta por Hans Zimmer
e Richard Harvey, mas que só mostra sua alma quando os trechos do livro
original ganham a telona, mostrando-se vazio e comum quando tenta ser
“original”. Antoine de Saint-Exupéry salvou o filme de ser uma catástrofe.”
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