Vlws, menino!
Freud
postula que o homem precisa dormir para descansar o corpo e, principalmente,
para sonhar: "o sonho é a realização dos desejos reprimidos quando o homem
está consciente". Quando o homem dorme, a consciência
"desliga-se" parcialmente para que o inconsciente entre em atividade,
produzindo o sonho: através do id, os desejos reprimidos são realizados.
Acordei
me lembrando das definições que já ouvi e estudei acerca de como os sonhos são
formados. Dependendo da linha teórica que se leia um fato, a interpretação pode
mudar. O que não pode ser mudado é a matéria de que é feito o sonho: o
inconsciente. Lembrei-me também que para o inconsciente o passado não existe;
passado, presente e futuro estão ali, convivendo entre si. O inconsciente é
atemporal.
Isso
me deixa estarrecida na maior parte das vezes. O inconsciente pode ser
comparado a parte inferior de um iceberg, onde se concentra sua maior porção,
no entanto, o que vemos do iceberg é sua parte superior (menor porção), o que
poderia ser comparado ao consciente, logo, damos mais credibilidade a ela. Como
somos tolos!
Tive
um sonho essa noite, o qual me deixou pensativa quanto a estes fatos. Resolvi
compartilhar.
Escrevi
um parágrafo inteiro sobre este sonho, o qual fui obrigada a apagar em
seguida, pois ao lê-lo me dei conta da interpretação correta deste sonho, a
qual não havia sido feita até então. Ao me lembrar do sonho pela manhã, a
conclusão a que cheguei é que meu inconsciente estava em discordância, mais uma
vez, do meu consciente; no entanto, agora percebi que o sonho foi a
representação exata (e nunca ocorrida antes) do contrário: meu inconsciente,
finalmente, concordou com meu consciente. No sonho, eu conversava com meu
passado. Em nenhum dos meus sonhos anteriores eu havia tido uma conversa tão
sincera com ele. Conscientemente sempre soube de algumas coisas sobre este
fragmento do passado, contudo, nos meus sonhos, ou seja, meu inconsciente,
sempre me dizia o contrário. Dessa vez, meu passado veio me dizer o que eu
venho me dizendo há muito tempo, em um estado bastante consciente.
Só
tive uma fala durante a conversa, o passado também não falou muito, na verdade,
ele não gastou muitas palavras, mas disse bastante. A minha fala, minha única fala
foi: “Eu sei. E estou bem com isso!”.
O
que concluo com isto e o que me motivou a escrever é que, me senti realmente
muito grata por ter tido este sonho. Considerei um verdadeiro presente do meu inconsciente.
Perceber que o que você sabe e sente conscientemente está em consonância com o
que você sente e sabe quando a consciência e a “razão” dormem é absolutamente estupendo
(acho que esta palavra descreve a grandiosidade do que estou sentindo).
PS: Não
sei se continuarei me lembrando deste
sonho quando ler este texto novamente
(pois é um texto meio vago),
mas espero saber, em algum lugar de mim,
do que
ele se trata.

Comentários