Eu NÃO morri em Santa Maria
Talvez algumas pessoas me chamem de insensível ou egoísta,
talvez me chamem das duas coisas, mas a verdade é que eu não morri em Santa
Maria... Na verdade, me sinto viva como nunca!
Estou sensibilizada, triste e em oração pelas famílias daqueles
que realmente morreram na tragédia de ontem.
Ao saber da notícia, eu, assim como todos que sabem o que é
estar numa boate, provavelmente pensaram a mesma coisa: “podia ser eu, naquela
boate!”, mas esse pensamento veio seguido de um alívio enorme “Graças a Deus,
eu não estava lá!”.
Insensibilidade? Talvez.
Mas ainda assim, sinto uma enorme felicidade de poder estar
aqui, escrevendo esse texto.
Penso que numa situação dessas só há duas formas de se
pensar, a primeira é entrar em choque e temer passar pela mesma situação algum
dia, a segunda é agradecer por estarmos vivos e termos tempo de dizermos e
fazermos tudo o que nos for possível. Ninguém sabe o que o minuto seguinte nos
reserva. Tudo que nos resta é agradecer o tempo que nos foi concedido até o
momento presente.
Porque, muitas vezes, tragédias nos lembram a dádiva que é
estar vivo.

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