Não sei... só sei que foi assim...
Aí eu pensei: Ninguém tem o direito de entrar na nossa vida,
tirar a gente da comodidade que a solidão proporciona – por menos agradável que
seja a solidão –, fazer a gente enxergar as coisas todas ao nosso redor por
outro ângulo, fazer a gente ter vontade de se arriscar e, depois, sem aviso
prévio, sem motivo ou consideração, simplesmente devolver a gente pra solidão...
Mas não àquela, que a gente já havia se acostumado e já se sentia íntima, mas
uma solidão nova, igual uma pessoa nova que você conhece no primeiro dia de
faculdade, mas não vai com a cara e pensa “vão ser cinco anos com essa criatura
dividindo o mesmo espaço que eu, é... acho que vou ter que fazer amizade!”
Mas aí, quando eu já tinha decidido conviver de novo com
essa nova companheira, o telefone tocou... e meu coração quase pulou pra fora! Era
ele... dizendo nada, mas recitando um monte de palavras bonitas...
Aí pensei mais uma coisa que parece ser coisa de gente
grande pensar: O que isso tudo quer dizer, exatamente?
Não cheguei a nenhuma conclusão... só consigo pensar, agora,
em como eu tinha gostado de ver o mundo por outro ângulo...

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