Doce ilusão

Antigamente foram Romeu e Julieta; Titanic; A Bela e a Fera; A Bela Adormecida; na atualidade, filmes e livros de romance ou românticas-comédias... tudo isso para fazer com que acreditemos pacificamente que o amor existe, nossa vida é ou pode se tornar a qualquer instante, um lindo e espetacular conto de fadas e sim, príncipes encantados surgem dos lugares menos esperados.

Ainda assim, acho uma hipocrisia todas essas famosas histórias e contos maravilhosos. Julieta fez história por forjar a própria morte para conseguir ficar junto de seu amado. Grande idéia a dela... numa época em que não existia telefone celular, sms ou e-mail, contar com a sorte foi muito inteligente. E mesmo que o seu plano tivesse dado certo, qual a chance que os dois teriam de realmente ficarem juntos para todo o sempre? Eles foram criados de modos muito diferentes e em famílias rivais, mais cedo ou mais tarde isso iria pesar sobre um dos dois.

Eu nunca me conformei com o filme Titanic, quando a Rose simplesmente deita-se naquele pedaço de navio e nem se preocupa se Jack está respirando, fica apenas lá, deitadinha, cantando uma música estranha. Grande amor o dela, viu!

Para mim, a bela e a fera bate em todos os contos de fadas ou filmes românticos... pelo menos a Bela não foi hipócrita em não amar a Fera só porque ela era uma... Fera!

Porque vamos combinar que amar o Jack, ou o valente Romeu, ou o príncipe beijoqueiro, não é a coisa mais altruísta do mundo! Os grandes caras das histórias são sempre lindos, aí fica fácil, né?!  

A verdade é que, vez por outra, nos vemos obrigados a realmente acreditar em histórias perfeitas e amores que perpetuam após a morte.

Não porque acreditamos de fato nisso tudo, mas no mundo em que vivemos, precisamos de um pouco de ilusão para não ficarmos amargos e endurecidos. Então, acabamos por desconsiderar todos os pormenores e focamos no “e viveram felizes para sempre!”

Sou muito mais “que seja infinito enquanto dure!”