ADM nunca mais! ")


Ela tinha a impressão que havia caído naquele curso de pára-quedas. Ela fez o vestibular sem esperança de passar mas, para sua grande surpresa, passou!
Jamais poderá dizer que não ficara extremamente feliz com a noticia.
No primeiro período, o entusiasmo falou mais alto do que o curso em si. Eram tantos rostos novos, tantas historias a lhe serem contadas, um mundo completamente novo e empolgante. Até mesmo a matéria mais difícil não foi obstáculo grande o bastante para fazê-la desistir de sua meta: aprender a gostar do curso!
Superado o primeiro período e após as férias, ela retornou à faculdade, mas o animo que a fizera se dedicar antes, não estava com ela agora. Os rostos novos já não lhe chamavam a atenção e as matérias, mesmo a mais simples, passou a lhe sugar grande esforço. Ainda assim, ela estava determinada a passar em todas as disciplinas e mais que isso, ainda esperava se apaixonar pelo curso.
Novamente ela conseguiu superar mais um período.
Vieram as férias e a sensação de liberdade era incrível. No entanto chegou novamente o dia de retornar à faculdade, e mais uma vez ela pensou se valia à pena continuar se esforçando para gostar do curso, enquanto seus colegas apenas se esforçavam para aprender as disciplinas impostas. Ela começou a achar que estava despendendo dedicação em excesso no exercício errado.
Porem, ela ainda estava no clima do carnaval e das novas amizades, e achou que podia dar mais uma chance ao curso e, a si mesma.
As semanas foram passando e ela se deu conta, que ela continuava a ir para a faculdade por qualquer motivo – pra ver a galera, bater papo, manter a rotina, ou mesmo pra provar pra si mesma que estava tentando -, exceto para assistir as aulas.
As notas ruins já não lhe incomodavam e ela não conseguia mais de dedicar aos estudos.
A conclusão foi inevitável e, tardia talvez!
Abandonar o curso. Tentar fazer o que realmente lhe parecia ser “o curso”, o seu dom, quem sabe?!
Ela sabia que sentiria muita falta de tudo aquilo, que nem foi muito pra falar a verdade, mas foram momentos bons.
Sentiria saudades de professores que jamais iria ter novamente; de colegas; de amigos; de noites em claro, regadas com café ou pó de guaraná...
Mas ela tinha a certeza que o passado sempre estaria com ela, guardado em um lugar especial; e os amigos – se verdadeiros – não ficariam perdidos no passado, mas a acompanhariam sempre, mesmo que fosse com um e-mail, um telefonema, ou qualquer outro modo que as pessoas sempre encontram de manter um pouco mais perto, àqueles que já não estão mais tão perto assim.
Ela encheu as malas de sonhos e de uma infinita esperança de conseguir tudo aquilo que deseja, e acreditando que esse era seu melhor caminho, partiu!




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