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Mostrando postagens de maio, 2015

Ah, os diálogos!

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“Você acredita que o amor pode durar a vida toda?” Recebi essa pergunta, uma tarde dessas, ela veio do lado direito e acertou quase em cheio a minha cara. Não me lembro o que disse na hora, mas devo ter respondido um clichê qualquer do tipo “Conheço casais que estão juntos há 50 anos... eles devem se amar muito!”. Por que no fundo é isso que todo mundo pensa, né? O tamanho do amor se mede pelo tempo que se vive junto com o ser amado. Mas hoje eu ouvi uma história de um amor quase platônico, um daqueles amores que são sentidos e dados em doses homeopáticas. Sem tempo cronometrado entre uma dose e outra, mas com certa continuidade. Fiquei pensando que talvez sejam esses os amores que mais duram. Aqueles amores que vez por outra se esbarram, vez por outra se ligam, vez por outra se beijam, vez por outra se leem, vez por outra estão juntos, mas que sempre se sabem. Aqueles amores que serão lembrados por meio de frases ditas por estranhos no meio de uma aula de geometria ...

Sobre "comunicação"

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Tanto se fala. Tanto se ouve. Tanto se cala. Porque dá-se mais ouvidos ao que se escuta? E quem ouve, será que escuta? E quem fala, será que diz? E quem cala, cala? Há tantas formas de dizer. Há tantos modos de calar. Há tantos jeitos de escutar. Mesmo que se fale muito, muito ainda está calado. Mesmo que se cale sempre, muito ainda será pronunciado, gesticulado, demonstrado, rasgado, enfiado no meio da cara de uma quarta feira gorda. Mesmo que muito se ouça, muita coisa será ignorada, desprezada, rejeitada, interpretada erroneamente. Penso que o crucial é que haja boa vontade por parte da pessoa que recebe a mensagem que é passada, seja esta transmitida por meio de um texto, uma frase, um ponto de exclamação, uma música ou uma imagem. Por meio de um presente, de uma festa surpresa ou de uma visita inesperada. Por meio de gritos cheios de fúria, palavras de amor, olhares, gestos, expressões ou silêncios ensurdecedores.